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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Calar o inferno das chamas!

Bem sei que estou de férias e o sol sabe bem para os momentos de praia, passeio e lazer, mas hoje, não me importava de adormecer com a chuva mansa a acariciar a janela! Que a chuva pudesse apagar todos os incêndios que pintam Portugal com a cor do vermelho do inferno! Porque já é sufocante ver os noticiários com reportagens e mais reportagens com o mesmo cenário nas várias regiões do país! Cada vez dói mais ver o desespero de quem fica sem nada, apenas com a vida destruída e de quem vive no medo iminente do fogo dizimar os bens de uma vida. Porque dói ver a nossa natureza desaparecer! Porque os bombeiros cansados ainda têm uma espécie de fonte de coragem para continuar a lutar contra este inimigo, sem saber quando será derrotado! A tristeza apodera-se de todos nós perante tamanha tragédia. Porque não temos como lutar contra as fagulhas que ateiam mais e mais incêndios. Porque mesmo que sejamos antiviolência, desejamos ver os culpados a sofrer dolorosamente no meio das chamas e viverem com o sofrimento que causaram na própria pele. Por isso, hoje, mesmo em férias, desejo que a chuva cale o crepitar das labaredas que nos ensurdecem!

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Vidas a arder!

O dia amanhece cinzento numa escuridão atípica para o mês de agosto. Não é a chuva que espreita, mas o fumo dos incêndios que se espalha no ar trazendo consigo os gritos de dor da natureza e das vidas que ardem em mais um ano de nefastos fogos. Anoitece e o céu continua pintado com a cor preta de um país que arde na incerteza de quando irá terminar este pesadelo que se repete ano após ano e em que cada ano mais natureza é destruída, árvores que não voltarão a nascer nem flores que terão coragem de renascer numa terra infértil para a vida. Juntamente com o verde, ardem vidas construídas com tanto sacrifício e que num acto de pura maldade veem o seu futuro incerto numa incerteza que chega com o queimar da casa e/ou dos bens. Vejo as notícias e alma doí-me de ver tamanha aflição! As lágrimas espreitam como se eu própria estivesse a viver aquele inferno, pois aquele inferno pode tocar a qualquer um.  Fico de coração apertado ao ver aquelas populações tentarem salvar a vida, não apenas o corpo mas a alma que vive naquelas casas com tantas memórias de uma vida que um incêndio destrói no segundo em que chega, vem e vai embora para destruir outros sonhos. Vejo aqueles bombeiros corajosos que combatem o inferno com forças que às vezes lhes faltam no meio de tanto cansaço. Se tivemos heróis no euro 2016 que nos ensinaram alguma coisa, vamos aproveitar essa aprendizagem e depois de a terra estar queimada e algumas vidas destruídas, chamar estes homens e mulheres de heróis por terem salvado outras tantas vidas, pondo a sua vida em risco! Isto é ser herói!

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