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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Mais um dia negro de incêndios

Domingo de um outubro quente e abafado. Um outono que tarda a chegar e um verão que não quer ir embora. A chuva que não se mostra e a seca que deixa a terra sedenta de água. São 20h e desligo a televisão. Não consigo ouvir mais as notícias que este nosso país arde em fogos intermináveis e indestrutíveis que tudo destroem. A natureza que se pinta de um cinzento deixando para trás o verde de uma esperança que desaparece na alma de quem vê a sua vida a arder e tudo perde nos instantes em que um demónio vagueia incontrolavelmente numa sede atroz de destruição.

Tudo tão avassaladoramente repetitivo. O vermelho das labaredas. A dor. A aflição. A impotência de quem vê as frentes de fogo multiplicarem-se e nada poder fazer.

Aperta-se-me o meu coração ao ver tamanho desespero. As lágrimas espreitam como se tentassem suavizar a dor que trespassa nas reportagens que retratam o negro de um dia.

Mais um dia entre tantos outros dias em que a destruição se instalou neste nosso país dizimando a beleza da natureza e arruinado as vidas que se meteram à frente destes incêndios.