«A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.» Joseph Addison
O amor morreu.
E eu morri com ele.
Soa a frase de poeta
Que a vida dilacera o seu coração
Esvaziando o seu ventre de emoções.
E a sua mente de sonhos.
O homem que amou um dia
Quando a esperança era um arco-íris.
Numa mistura tingida de cores
Que o ar respirava em si.
O homem que caminhou na fé
De um dia conquistar o amor.
Como quem conquista o mundo.
Porque o mundo é o amor
E o amor é o mundo em nós.
Tanto percorreu os seus passos solitários
Os sorrisos escasseavam
E o brilhar de um olhar fugia.
Andou, andou sem parar
Sem que desistir fosse seu pensamento.
As palavras escreviam a sua aventura
No livro da sua alma.
Escondida de todos.
Leio a sua história em mim.
Uma amante das palavras
Que procura a essência da palavra amor
Caminha na senda da sua descoberta
Mas tal como o poeta os seus passos
Tornam-se silenciosos e solitários
Um dia descobre o que sempre temeu
O amor morreu.
E eu morri com ele.
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“Quanto menos falamos, mais somos escutados.”
O ar pinta-se de tons escuros na obscuridade de um relógio que faz soar os ponteiros na tarde que se vai embora. Vejo-te e cada vez que te olho vejo-te envelhecer. As rugas que se vincam no teu rosto, os cabelos brancos que espreitam, as mãos gastas e os olhos esgotados pelo cansaço do teu silêncio dentro de ti.
Sinto-te envelhecer e a luz que vi naquela tarde de verão parece apagar-se em ti. A minha luz. A luz do meu caminho de encontro a mim. A minha luz guia. Essa tua luz que me fez acordar. E adormecer na esperança de uma felicidade desencontrada. A tua minha luz não se pode desvanecer no teu envelhecer que carregas em ti. Sabes que me podes visitar nos meus sonhos e falarmos naquele silêncio que só nós conseguimos compreender. Um silêncio que é só nosso. Não guardes esse teu silêncio do meu silêncio. Partilha esta nossa solidão. Porque preciso dessa tua luz. Não podes envelhecer sem me ajudares a renascer para a vida. Não podes envelhecer porque preciso desesperadamente de acreditar que há vida para mim nesta vida em que caminhamos.
Envelheces num tempo que não perdoa, um tempo que nunca nos perdoou por nos termos perdido um do outro. E continuamos a perder-nos um do outro sem nunca nos encontramos nos nossos braços abraçados. Um tempo que nos envelhece nesta tristeza de não podermos revelar que sabemos quem somos um ao outro, e continuamos a fingir que somos uns estranhos que se cruzam e nada sentem. O tempo que nos envelhece a alma ensinou-nos a disfarçar este amor que guardamos. O tempo que envelhece nesta nossa única e autêntica verdade.
Envelheço no teu envelhecer. Mas não quero voltar a envelhecer sem conhecer o nosso sorriso. Quero escrever a infância das palavras e crescermos. E envelhecermos juntos como nunca pudemos fazer.
Não te quero sentir envelhecer porque ainda preciso de te amar.
Não quero ver o teu rosto envelhecer a cada dia que nos finta, porque preciso que me ensines a amar e tenho medo que o tempo envelheça e não nos deixe amar a vida uma vez mais.
Envelhecemos sem que aquela mágoa, que trazemos dentro de nós na memória mais recôndita do nosso ser, envelheça e nos liberte desta dor que nos atormenta. A mágoa que um dia teremos de perdoar à vida, e só nesse dia poderá voltar a nascer e viver a eternidade deste amor que não envelhece no pó do tempo.
Queria parar esta ampulheta que nos envelhece no seu trabalhar. Não te posso prometer que o tempo não te irá envelhecer nesse sofrimento que deixamos em nós e que tentas não te lembrar. A nossa ferida aberta que sangra em nós.
Mas posso prometer-te que no dia em que essa ferida conversar connosco, a nossa alma não voltará a envelhecer cada vez que olharmos um para o outro.
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«A amizade de um grande homem é um benefício dos deuses.» Voltaire
«Ficar com raiva é como segurar um pedaço de carvão ardente com a intenção de atirá-lo a alguém; tu é que te queimas.» Buda
«Os domínios do mistério prometem as mais belas experiências.» Albert Einstein
A noite adensa-se na sua negrura. Caminho no regresso a casa. Perdida de mim. Não me preocupo com os contornos à minha volta. Sei que estás aí. No teu percurso. Não olho, pois a minha alma é que precisa de te ver e não os meus olhos, porque é a minha alma que vive contigo e não o meu corpo.
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«No amor não há férias nem nada que se pareça. O amor deve viver-se plenamente, com o seu aborrecimento e com tudo.» Marguerite Duras
Uma manhã embalada pela chuva que rompe o céu. As minhas lágrimas escondidas que se soltam e fazem arder a ferida que me dilacera. Os olhos turvos que apalpam o caminho. Tropeço nas demoníacas desilusões que me destroem. Olho para o chão e nada vejo. As pegadas da esperança do meu sonho são apagadas por esta chuva que me corrói. Procuro os seus vestígios mas a estrada está vazia. Vazia de ti. Vazia de sonhos. Vazia de mim.
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