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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

E sim, hoje, algum momento me fez feliz!

No final de cada dia devíamos olhar para esse mesmo dia e pensar se fomos felizes. A felicidade não está naquelas grandes coisas, nas grandes conquistas. A felicidade está nas mais pequenas coisas e o seu somatório leva-nos ao imenso da parcela da felicidade. Pensemos se hoje em algum momento nos sentimos felizes. É olhar para o momento mais pequeno e pode ser esse que nos tenha feito sentir um pouco dessa felicidade procurada. A leitura matinal, um olhar que melaça a alma, um olá que nos abraça, um post it entre colegas de equipa, gelado com esses colegas amigos, a zumba, os 320 agachamentos. Um lanche, uma conversa, a brisa da tarde, o brilho da lua, a melodia noturna do grilo citadino. Um passeio, novas amizades. Poderia ser uma lista interminável de momentos e num desses momentos terás te sentido feliz. Gosto de coleccionar estes pequenos momentos que me trazem sorrisos de felicidade. E sim, hoje, algum momento me fez feliz.

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Olá Outono,

A noite de ontem deu as boas-vindas à madrugada quando às 01h54m, o outono anunciou, de forma envergonhada, a sua chegada por entre o canto dos grilos e o brilho dos pirilampos das noitadas de verão.

É tempo do verão descansar, de um novo ciclo se iniciar. Porque a vida é feita de ciclos e precisamos destes ciclos para crescermos. O outono chega após o calor, a luz, a força dos sentimentos e emoções do verão e antecede o frio, a penumbra e o silêncio do inverno.  É tempo de abrandar o ritmo alucinante do verão. Tempo de deitar fora as nossas velhas folhas, enraizar as nossas raízes e preparar o nosso eu para novos ciclos. Uma fase de recolhimento. Uma estação de reflexão.

Mas o nosso querido verão como teve dificuldade em encontrar o caminho até nós, não nos quer dizer um até já. Mesmo quando o verão adormecer, o sol, a sua energia fica entre nós. Os raios de sol vão continuar a emanar o calor que toca nos nossos braços. Os vestidos dão lugar às calças e as sandálias arrumam-se no armário e voltam as botas aos nossos pés. Ou podemos prolongar a época dos ténis (o que eu adoro a moda dos ténis – por mim ficam o ano todo!)

Mais um verão, mais leituras na praia, mais horas na esplanada, mais passeios, mais uma fuga da cidade ao encontro da paz da natureza.
Verão, sinónimo de férias! Mas, infelizmente também sinónimo dos fatídicos incêndios que uma vida destroem nos minutos das suas labaredas. E isso nada deixa de saudades. Uma história que se repete ano após ano e cuja solução é uma miragem. Vandalismo, interesses económicos, a razão é irrelevante para o sofrimento e dor que causa às suas vítimas. Já era tempo de o verão ser verão sem os incêndios a manchar o seu sorriso.
Despede-se o verão no calendário, mas a sua presença ainda se manterá mais umas semanas entre nós. Uma doce transição para o outono das folhas caídas no chão. O frio que começa a arrepiar nas noites. As leituras ao lado de um chá quente. As gotas da chuva na terra molhada que nos faz viajar no tempo e sentir a infância perdida em nós. O outono traz nos seus braços uma outra espécie de conforto emocional. Nada de tristezas, nada de lamentos pela partida do verão. Novos pequenos momentos surgem para nos fazer sentir vivos, porque cada estação tem a sua beleza própria e o outono ser o escurecer cedo do dia, mas nesse escurecer mais cedo, decerto encontraremos o brilho das estrelas que acordam sobre nós.
Sintam e vivam a beleza deste outono único que ficará connosco até às 22h23 do dia 21 de dezembro. E não se esqueçam que nesta estação teremos o chegar da sinfonia das cores e desenhos típicos de natal que pintam os meses do ano que se aproximam a passos largos.
Um até já ao verão e um forte abraço de boas-vindas ao outono que chega nas folhas que deslizam nas árvores.

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Tarde!

Naquela tarde que já passou.

Eras um desconhecido que olhava

E que me apresentou a mim mesma.

Foste o início de um caminho só meu.

Na tarde de hoje.

És um desconhecido com nome.

Cujo olhar permanece e já me diz olá.

Que continua a mostrar-me quem eu sou.

Neste trilho de encontro a mim mesma!

 

Imagem : Internet

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Avó, o teu dia!

Naquele que era o teu dia de dizer olá ao sol. O teu dia oficial escrito nos documentos formais. Porque como tantas vezes dizias, o teu dia era no meu dia. Talvez só agora perceba a sintonia desse dia nosso. O nosso mês de setembro. Aquele mês especial de almas tão especiais.

Naquele que era o teu dia, minha querida avó, devia-te ter escrito, mas as palavras surgiram tardiamente rabiscadas em papel enquanto ouvia os grilos adormecerem-me na saudade dos barulhos noturnos daquela quinta que fica ancorada nas minhas recordações de ti.

Não te escrevi, não porque não me tenha lembrado de ti, porque são incontáveis as vezes que te sinto aqui quase a respirar ao meu lado. Lembrei-me de ti no desvio dos meus passos habituais da rotina da tarde, quando me cruzei com aquela alma especial de que tanto gosto. E logo, no teu dia, no nosso dia, aquela alma especial, ali tão perto do meu bater de coração. Uma alma especial como a tua ainda é. Para me lembrar de ti ao vê-lo, é porque é um corpo que dentro de si tem a cor da tranquilidade, o contorno da esperança, o arco-íris da beleza e um infinito de amor escondido atrás daquele olhar. Talvez seja a única alma que me faria lembrar de ti. Como se me dissesses para não deixar de acreditar que existem almas especiais a rondar o meu trilho.

Naquele dia, no caminho até casa, quando o sol já nos avisava que queria ir dormir, olhava para o rosto dessa alma e esperava que estivesses ali no banco ao meu lado para me explicares porquê de todas as almas que se cruzam comigo, aquela ser a mais especial. Uma resposta. Uma confirmação daquilo que sei desde sempre. Para me tranquilizares e não achar tantas vezes que estou a enlouquecer.   

Mas, minha querida avó, não estavas ali de corpo. Quando chegasse a casa, não estarias na janela da cozinha a mirar o infinito do verde das hortas. Não estava ali a tua voz para conversar comigo o mistério da vida, o enigma das emoções e tantas vezes a insanidade do coração.

Continuava a olhar para as nuvens brilhantes no céu que festejavam o teu dia, na ânsia que depois de comemorares o teu aniversário no meio dos anjos, me visitasses nessa noite, como tantas outras noites e me dissesses que tudo ficaria bem. Que me desses um sinal do porque ter tropeçado naquela alma de um corpo tão afastado de mim. Que me explicasse o inexplicável do destino. Fazer batota na aprendizagem da vida e de mim mesma. Mas sei que estás aqui para me amparar os tropeções e me agarras na mão para me reerguer.

Talvez esteja a ser demasiado egoísta apenas ao falar-te daquela alma que me enfeitiçou na imortalidade do tempo. E não falar de ti. Das nossas memórias. De querer saber como é a vida por aí no paraíso celestial. Mas eu sei que estás bem. Agora sei que estás bem porque nos sonhos me dizes que agora já estás na reforma da vida. E sabes como preciso de perceber porque os teus amigos anjos me fizeram reencontrar aquela alma, porque só assim poderei ficar bem!  Mas talvez me estejas a dizer para abrir os braços e deixar-me ir na corrente do viver. Posso não compreender isto que sinto. Mas simplesmente tenho de sentir este sentimento que está cá dentro. Fluir. Sem forçar. Ser una com a vida.

A noite vai longa, o grilo da cidade continua a cantar na tua voz que sabia a linguagem dos animais.

Agarro na almofada, enrolo-me na manta e dormito nas tuas palavras cantadas que escrevi para ti. Adormeço numa melodia de paz que me segredas ao ouvido! O segredo que une estas três almas!

 

Imagem : Internet

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#opinião# Tessa Dare "Escândalo com o Marquês"

Dias após as férias terem fugido velozmente do calendário, é tempo de voltar à regularidade das semanas e à normalidade das rotinas matinais, sem praia ou passeios. Talvez ainda consequência das férias andei um pouco indecisiva sobre qual o primeiro livro pós-repouso que devia escolher. Sou sincera, acho que peguei em mais de metade da minha torre de livros por ler.

Acabei por me decidir por estrear as palavras de Tessa Dare, autora nunca lida no meu reportório de livros. A escolha versou sobre “Escândalo com o Marquês”, um livro de ficção histórico/romântica, o que me parecia que ia ser uma leitura leve, descontraída e sem grande entusiasmo.

A quão enganada estava.

Assim que folheei as primeiras páginas e conheci Charlotte Highwood e Piers, Lorde Marquês de Granville, apaixonei-me de imediato por estas duas personagens como a empatia entre elas foi mútua desde o primeiro momento. Charlotte é uma rapariga faladora, engraçada, às vezes um pouco trapalhona, espontânea, mas acima de tudo muito genuína. Impossível não gostar dela. Piers, por ser lado, é um homem inteligente, bonito, misterioso, aparentemente frio, cheio de barreiras à sua volta e que guarda inúmeros segredos, ao mesmo tempo que é um homem encantador.  Estão reunidos os ingredientes principais para uma boa história.

Conhecemos-lhos numa situação que irá originar um mal-entendido. Ambos estão na biblioteca da família Parkhurst (Charlotte para o avisar do plano da mãe e Piers por motivos inicialmente secretos) quando dois amantes se entregam ao prazer do amor. Escondidos, não conseguem perceber quem é. Mas são eles que são apanhados pela teia das intrigas.

Para que Charlotte não seja associada a um novo escândalo, nem Piers forçado a revelar o verdadeiro motivo por que se encontrava na biblioteca, ele decide confessar que estava a fazer-lhe uma proposta de casamento.

No entanto, Charlotte decide tentar descobrir quem era o casal de amantes e clarificar toda a situação.

Mas a aproximação com Piers é cada vez mais forte, mais intensa. Vai crescer entre ambos um forte sentimento de amor, que vão tentar negar para si mesmos. Encontros escaldantes vai torna-los companheiros de emoções.

Ao longo de toda a história, vamos ser presenteados com a perspicácia de Charlotte que irá desvendar muitos segredos do misterioso Piers, o que vai fortalecer a relação de confiança que aos poucos vai sendo cimentada.

O desfecho com a revelação do casal mistério é feito com pitada de humor e confesso que não consegui descobrir pelas pistas dadas durante a investigação de Charlotte.

Uma autora que me surpreendeu pela positiva, e que estou certa que mais livros dela irei ler.

Um livro que prende no seu romance, polvilhado com bastante humor (ainda me rio ao relembrar a conversa entre Charlotte e a mãe sobre pêssegos e beringelas), o drama e o mistério bem conjugados, faz deste livro, uma leitura que recomendo e que se lê num instante.

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Hoje, no comboio!

Hoje, no comboio da manhã, larguei, no saco, as páginas do livro para ouvir o teu olhar na mesma música que tocava nos meus ouvidos em mais um final de dia que foi ontem.

Aquele olhar que não sei se seria apenas uma ilusão de tão real que me arrepiava a pele. Fugaz mas penetrante. Que fugia mas que se deixava apanhar. Que susteve o ar dos pulmões. Que tremeu nos joelhos.

Hoje, no comboio da manhã, desliguei daquele mundo à minha volta para recuar no tempo e voltar a sentir o teu olhar na minha direção. Como se estivesses ali e te pudesse ver. Porque nada mais consigo enxergar senão os teus olhos.

E amanhã voltarei escutar o teu olhar sem filtros. E no dia seguinte. E assim, dia após dia.

Porque esse teu olhar ficará para sempre cravado no meu peito.

Imagem : Internet

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Sentir!

Sentir que te poderia amar é sentir o meu coração a curar-se de todas as mágoas que a vida nele depositou. Cada toque dos teus olhos é um pouco de remédio que bebo e que se entranha em mim e suavemente vai curando cada pulsar meu. Os teus dedos a percorrerem o meu corpo seria o êxtase de uma alma sarada que te agarraria para não mais te largar. Serias o bálsamo que vicia. A cura que é um vício.

Sentir a tua alma aconchegar-me com o teu sorriso é sentir a maresia da vida entrar em mim para acordar para um meu novo começo. Queria tanto aprender a desenhar sorrisos teus nos meus lábios. Perder-me no teu rosto e nunca mais voltar a encontrar-me e despistar todas as mágoas que me perseguem.

Sentir o amor de ti que nunca esqueci, é sentir que afinal o amor ainda vive dentro de mim mesmo que o seu reflexo seja de um amor moribundo, mas que só precisa de ser abraçado para voltar a respirar. Que precisa apenas de um abraço. O teu abraço.

E tudo ficaria bem!

 

Imagem : Internet

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A minha borboleta branca

Caminho por entre passadiços de madeira, pesados, suspensos numa fragilidade única. Caminho por entre as margens deste rio que segue indiferente aos olhares dos transeuntes, admirados por uma incrível e avassaladora beleza natural, intocada pelo homem. O rio que conversa com as pedras que encontra provocando sonoras gargalhadas em forma de cascata.

Caminho quilómetros, muitos menos dos que aqueles que nos separam naquele momento, naquela tarde, naquele instante. Cada um num diferente sítio deste nosso país.  

Neste trilho de passadiços, no sombreado das árvores, passeiam, voando, borboletas brancas a intensificar a magia deste lugar que enfeitiça. Uma borboleta branca que se rodopeia suavemente à minha volta. Impossível não reparar no seu cintilar. E lembro-me de ti.

Vejo-te nessa borboleta branca. O brilho na escuridão. Que quero seguir. Que voa na sombra dos meus passos para não tropeçar na madeira que racha.

Desde aquela tarde em que encontrei a alma nos teus olhos que és a minha borboleta branca secreta. O meu guia silencioso que me diz que tenho luz. És essa borboleta, és a luz, és o que me faz descobrir a minha luz. A luz que vive em mim. Que me diz que consigo encontrar a paz e serenidade cá dentro.

Continuo a seguir essa borboleta branca por entre os passadiços. Focada nela que segue o meu olhar à descoberta de mim. Como tem sido desde aquele dia. Viajar dentro de mim numa viagem solitária. Crescer. Conhecer. Ser mais forte sem nunca perder a fragilidade deste coração que te traz.  És a minha borboleta branca que cura as mágoas e que me deixará preparada para amar. De coração limpo, puro e transparente.

A borboleta branca com quem converso em conversas de alma. O nosso silêncio que tanto me tem contado. O sorriso que fizeste renascer. Os olhares que são estrelas que iluminam o caminho. Que não me deixam morrer.

Precisava das asas dessa borboleta branca para voar dentro de mim e depois voar pelo mundo. Pela vida. E tu vieste oferecer-me as tuas asas para desbravar o meu caminho. Ir em frente. Ser quem eu sou.

Continuo a caminhar nestes passadiços, e mesmo quando chegar ao fim deste caminho, não vais estar lá para me abraçar. Estás longe. E porque sei que possivelmente nunca vais lá estar. Que esse teu abraço não estará à minha espera. Que nunca me abraçará. Mas as lágrimas não espreitam porque me ensinaste que os laços que nos unem são inquebráveis selados pelo destino e sabemos dentro de nós que nos voltaremos sempre a encontrar com ou sem abraço.

Serás sempre aquela borboleta branca que estará perto de mim. Que não me abandona. Que irá aparecer quando mais precisar. Serás sempre a pessoa mais especial com quem a vida me fez cruzar. Aquela pessoa especial que viverá no meu coração para todo aquele sempre.

Porque tu és…a minha pequena e eterna borboleta branca que tanto amo.

 

Imagem : Internet

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Chegou setembro!

Setembro chegou! E juntamente com ele, o fim das férias, o regresso ao trabalho ou às aulas. A despedida do verão está iminente e o abraçar o outono já se sente nos braços. O calor que nos quer deixar e o cair das folhas na relva que amortecem os nossos passos já se ouve. Cada época tão única nas suas características que a tornam de uma beleza incomparável. Setembro, é para mim, um mês especial, o mês em que disse olá à vida! É um mês especial de pessoas especiais. Por isso é com um sorriso que abraço este mês que é tão meu e tão especial no seu encanto!

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