Uma quente tarde de maio. Um encontro de longas amizades. Aquelas que nos conhecem e nos presenteiam com livros que sabem ser um espelho de nós. Desconhecia a existência de “O Cavaleiro da Armadura Enferrujada”, um cavaleiro na descoberta do seu caminho da verdade. Um conto de palavras poéticas e sentimentos profundos quando nos lemos a nós mesmos naquelas páginas, naquelas vivências, naquelas experiências. Uma história que nos aconchega na sua simplicidade na grandiosidade das obras-primas que nos tocam a alma.
Um cavaleiro que vive na e para a sua armadura que o protege nas cruzadas a fazer o bem. Mas só olha para si numa atitude inconscientemente egoísta. Tanto que não tira a armadura. A mulher e o filho já não o conhecem. Nem o seu rosto veem. Inclusive, nem para comer tira o capacete. Até o dia, num ultimato da mulher, percebe que a armadura está enferrujada e não consegue tirá-la. Esse é o momento em que, com a ajuda de Merlin, começa a trilhar o seu caminho da verdade.
Uma procura interna de quem somos, das barreiras que criamos perante um mundo exterior sem ouvirmos o nosso mundo interior. Barreiras que nos impedem de nos conhecermos e amarmos a nós mesmos.
Um percurso de vida e da verdade de quem somos. Os medos. O que guardamos cá dentro. O abismo e a solidão das escolhas fáceis e supérfluas.
Aprender a escutar o nosso silêncio. A enfrentar os nossos fantasmas e demónios.
O caminho da verdade, aquele que nos leva ao topo de uma montanha de felicidade, fé, amor e prosperidade verdadeira.
Deixo algumas frases marcantes deste livro que nos deixam a pensar depois de fecharmos o livro.
“ O Caminho da Verdade... três castelos que te bloquearão o caminho... O primeiro castelo chama-se Silêncio; o segundo, Conhecimento; e o terceiro, Determinação e Coragem. Uma vez no seu interior, só encontrarás a saída depois de aprenderes aquilo que lá deverás aprender."
“Colocamos barreiras para nos proteger de quem acreditamos ser. Então, um dia, estamos presos atrás das barreiras e não podemos mais sair.”
“Nunca havia apreciado o que acontecia no momento. Durante a maior parte de sua vida, não havia escutado realmente a ninguém nem a nada. O som do vento, da chuva, o som da água que corre pelos riachos, haviam sempre estado ali, mas na realidade nunca os havia ouvido…”
“O cavaleiro chorou mais quando compreendeu que, se não se amasse, não poderia realmente amar os outros. A necessidade que tinha deles era um obstáculo. Nisso apareceu o mago e lhe disse: somente poderá amar os outros à medida que ama a si mesmo”.
“Permanecer em silêncio é mais do que não falar”.
Um livro de uma raridade excecional. Sublime e intenso. Um livro para ler e reler em diversas fases da nossa vida. Um livro para nos fazer parar e pensar.
Um livro que todos mas mesmo todos nós devíamos ler.
Leiam e pensem no vosso caminho da verdade! E se lá no fundo somos ou não o cavaleiro da história!