Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Este teu dia avó!

Hoje, aquele dia que te viu partir antes de tempo, quando voaste rumo a um paraíso. Hoje, dez anos depois desse dia tão triste, minha querida avó, não vou escrever tristezas ou lágrimas. Não vou publicar fotos de saudades. Não foi isso que ensinaste estes anos sem ti.
Por ti, fui buscar aquela foto daquela quinta que nunca se perderá nas memórias. Aquela criança que tantas vezes não fui, para voltar a ser. Fui buscar as tuas flores. As tuas árvores. O teu eterno castanheiro atrás de mim. Que sempre me irá resguardar das tempestades. Os animais com quem falo tal e qual como eram essas tuas conversas que me fazem gargalhar. O aroma dessa quinta que sempre será brisa em mim.
Fui buscar o sorriso desta foto para sorrir quando os raios de sol me tocarem o corpo. A tua luz que brilhará sempre. A estrela que és e ilumina o meu caminho. Aquele caminho que tenho feito nestes anos sem ti. Mas que estás por perto para não me perder daquilo que realmente sou.
Nesta década sem ti, sem o teu corpo aqui, mas com o teu espírito perto, vou escrever alegrias, escrever a gratidão pelas pessoas que me têm cruzado os passos. Vou escrever olhares luminosos. O despertar para a vida quando na noite me abanas o meu ser e me sinto tão tranquila por me ouvir. A paz interior que já vive dentro de mim.
Neste tempo sem ti vou escrever-te como aprendi a preciosidade de cada momento. Como é tão bom viver o agora. Como temos de amar o que realmente importa.
Como devemos ser felizes com aquilo que nos faz feliz. E isso minha querida avó, foi o melhor que me deixaste nesta década sem ti.
Por isso, hoje, irei sorrir como nesta foto. Por ti.

67657602_10156631285863565_6968863980001427456_n.j

Desapegar-me de ti!

Tentar isto do desapegar-me de ti não é tentar esquecer quem és. Nem apagar isto que sinto. É deixar as nossas almas livres para sentirem o que tiverem de sentir. Sem culpas. Sem medos. Tão somente sentir. O fluir das nossas memórias.
Tentar isto do desapegar-me de ti é olhar para o caminho percorrido e ter os joelhos mais fortes quando me fazes tremer o corpo. É não quebrar. Porque não havendo explicação. Aquelas explicações lógicas mas que às almas não interessa, cresci mais forte. E nem sequer lá estavas para me dar a mão. Estavam os teus olhos que me brilharam o coração. E o teu sorriso que me renasceu. E isso jamais poderá ser esquecido enquanto respirar vida.
Tentar isto do desapegar-me de ti é ter uma imensa gratidão por nos termos cruzado. Agradecer-te por fazeres parte na minha descoberta de quem sou.
Tentar isto do desapegar-me de ti é continuar sempre a fluir a vida nisto de tão especial que guardarei sempre de ti.
Tentar isto do desapegar-me de ti é aceitar este sentimento que tenho aqui dentro e que tem o teu nome de olhos mel-outono.

67365274_10156629082338565_8936209587141345280_n.j

Dia dos Avós!

Neste dia dos avós, o teu verde numa foto. O azul do teu coração que pinta o céu que nos acolhe a cada novo dia. As pedras das casas que não se quebram. A força dessas pedras que nos sustentam perante as adversidades da vida. A tua eterna força.
Olho o horizonte. Saboreio a paisagem que podia ser a tua paisagem. Sinto cada encanto. Cada cantar dos pássaros, paz. As borboletas, a esperança que nunca pode voar de mim.
Às árvores que continuam a crescer, o meu crescer. A flor que abre para o viver. O meu coração a florir para respirar o amor por mim, pelos outros, pela vida em si.
Olho e lembro-me de ti. Como naquele já longínquo dia dos avós não te vi. Não pude dizer que gostava de ti. Que não podias partir já, porque ainda tinha tanto a aprender contigo. Nisto que nos une. Que só nós sabemos.
Aprendi com essa mágoa que um sorriso nunca pode ser negado a quem amamos. Por mais tristes que estejamos, sorrir é tão bom. Porque sei que não te sorri naquele dia dos avós, mas sei que me tens feito sorrir nesses sorrisos que me tens oferecido.
Obrigada por não te esqueceres de mim mesmo quando as lágrimas da alma espreitam.
Feliz dia dos avós nesse paraíso onde vives. Um dia destes escrevo-te porque isto de escrever no comboio não é fácil!

67294937_10156620206968565_3614986166731800576_o.j

#opinião# Haruki Murakami "A Peregrinação do Rapaz Sem Cor"

Adoro estes livros que me abraçam a alma. Que se colam a mim. Que não me deixam ir.

A minha segunda incursão pela escrita de Murakami foi isso mesmo. Um constante não conseguir desprender a história de mim.

“A Peregrinação do Rapaz Sem Cor” é um livro intimista que nos leva numa peregrinação dentro de nós mesmos, sobre quem somos. A nossa autodescoberta. Os nossos medos. As mágoas. As alegrias. A solidão. A amizade. Isto pela mão do personagem principal, Tsukuru Tazaki , um apaixonado por estações de comboio,  com uma gigantesca  ferida aberta em si.

Tsukuru sempre se achou o rapaz sem cor pelo seu apelido não ser uma referência a uma cor. Isso não o impediu de fazer parte de um grupo de cinco, três rapazes, e duas raparigas, Aka (vermelho), Ao (azul), Shiro (branco) e Kuro (preto), unidos e inseparáveis na adolescência. Daquelas amizades cimento. Mas que um dia, assim do nada, derretem e desfazem-se.

Após entrar na universidade, em Tóquio, deixando a cidade natal de Nagoia e os seus amigos para trás, e sem nada prever, repentinamente cortam relações com Tsukuru. Sem uma explicação. O que o leva ao desespero. A abeirar-se do abismo. A não se aproximar das pessoas. A não entregar-se. E assim passam dezasseis anos. Sem respostas ao que aconteceu com o seu grupo de amigos. O que é feito deles.

Até que, aos 36 anos, conhece Sara, uma brisa na sua vida, ela o instiga a saber realmente o que se passou. Para curar aquela ferida aberta dentro do coração. Porque como o autor diz, podemos por uma tampa, mas o que está por baixo nunca desaparecerá.

E assim, Tsukuru, parte ao encontro daquela história em suspenso há dezasseis anos. Uma peregrinação do Rapaz sem Cor à descoberta de si e de explicações. Caminhar com as suas sombras. As dúvidas que palpitam a alma. Respostas que precisam de ser ditas. Voltando à sua cidade natal e mesmo voando até à Finlândia, aos poucos o mistério desvanece-se com tantos e muitos esclarecimentos dados. Que aqui não direi, para que sintam curiosidade em ler. A amizade que o tempo levou e que não voltará. Páginas que me deixaram de coração triste.

Com “A Peregrinação do Rapaz Sem Cor”, um livro de nostalgia, impregnado nas suas folhas de simbolismo, o confronto entre o real e o imaginário, assumi-me como admiradora de Murakami. Que venham mais livros deste autor que só pelo que li de apenas dois livros, estou arrebatada pela sua escrita.

Deixo um excerto, que muito me marcou, deste maravilhoso livro que retrata como a escrita é melodiosa, poética e que nos faz navegar a alma de emoções. Um livro que me baloiçou os sentidos.

 "Nesse instante, Tsukuru soube. No mais profundo do seu ser, compreendeu por fim. O que o coração das pessoas não é apenas a harmonia. Os corações humanos unem-se através dos desgostos sofridos. Ferida com ferida. Dor com dor. Fragilidade com fragilidade. Não existe silêncio sem um grito de dor, não existe perdão sem derramamento de sangue, não existe aceitação sem a inevitável passagem pelo sentimento de perda. É aqui que se encontram as raízes da verdadeira harmonia."

Fica a dúvida, será que haverá a continuação da história de Tsukuru, pois se uma situação se resolveu, o autor deixou em aberto o que acontecerá naquela noite de 4ªf! Que rumo tomará os carris da vida de Tsukuru?!

Aproveitem as férias e coloquem este livro no saco de praia!

66729611_10156586549188565_8629709274810941440_n.j

Este nosso 18 de julho!

Não me lembro muito daquele dia, aquele 18 de julho. Não me lembro da manhã ou do correr do dia no relógio. Mas guardei-te dentro de mim naquela tarde quando decorei cada segundo que me levou até aquela estrada. O calor nos corpos. O vestido que trazia. As tuas mangas arregaçadas. O sol aberto a sorrir. Quando nos reconhecemos sem nomes. Ali. Quando o meu mundo voltou a andar.
Já não são horas desde aquela tarde, nem tão pouco dias ou semanas. Olho para este 18 de julho e são anos que os dedos da mão já contam. O teu universo de fadas cresceu e tão bonito que se tornou. Eu cresci. Tanto. Mudei para ser quem realmente sou. Aquela tarde que devolveu os sinais vitais à minha alma.
Talvez hoje não te devesse escrever, estou a tentar deixar-te ir de mim. Emoções que me tentam distrair. Mas a solidão da noite traz-te de volta ao meu pensamento. Talvez quem sabe tenha de ter mais 18 de julhos. Talvez o nosso reencontro ainda não tenha terminado de se abraçar.
Não sei se neste dia te verei. Ou se te deixarei ir mais uma vez. Dói ver-te ir. Essa imagem atormenta-me atrozmente. Sufoca-me.E chegam as lágrimas. E eu não quero chorar. Porque sei que não me queres a chorar.
Talvez hoje se estiveres por aí, talvez nos cruzemos neste nosso 18 de julho. Talvez tenhamos as nossas eternas conversas silenciosas que tanta falta me fazem por te deixar ir.
Talvez te queira ver para simplesmente sentir o que quer que seja isto que sinto. Foi para isso que te reencontrei...para aprender a sentir sem pensar.

Imagem : Internet

67216629_10156602856178565_6543977446822117376_o.j

Lembra-te de mim!

Às vezes acho que te lembras de mim. Que queres que me lembre de ti. Que me mostras que te lembras de mim. Que sabes que me lembro de ti. Sabemos que nos lembramos um do outro, não interessa onde estejamos.

Desde aquele dia em que te deixei ir. Naquela hora que não era suposto ver-te. Mas os atrasos na estrada do relógio deixaram-nos ali quase frente a frente. A veres-me deixar-te ir. Não é por isso que não deixo de me lembrar de ti. Mostras que te lembras de mim num, quem sabe, medo teu que me esqueça de ti. Deixar-te ir não me faz esquecer de ti. Talvez me faça pensar mais em ti.

Mas talvez neste mesmo mês de julho em que nos reencontramos seja altura de as nossas almas se soltarem. De se largarem de sonhos. De irmos ao encontro de outro reencontro num futuro não presente. Encontremos-mos sempre, independentemente de qual seja o tempo, hora e local. Lá estaremos novamente. De olhos um no outro. De coração oferecido a ti.

Por isso nunca, mas mesmo nunca, me esqueço de ti. Nunca. O meu coração ainda rouba essas tuas fotos para um dia me lembrar de ti porque aprendi contigo a amar e a não chorar. E não quero voltar a chorar por amar. A ti ou a outro. Devo-te isso. Devo-me isso a mim.

Aprendi contigo a olhar para ti e a sorrir para a vida. Quero continuar a aprender a sorrir cada dia. A ti e aos outros. Devo-te isso. Devo-me isso a mim.

Posso continuar a deixar-te ir mas irás ver-me sorrir-te. Sempre. E enquanto partilhares esse teu conto de princesas e fadinhas encantadas, lerei essa tua história. Tão bonita como tu. Quero-te sempre feliz. Gosto tanto de ti e por gostar assim de ti, preciso que sejas feliz para eu poder partir à procura da minha felicidade. Porque aprendi contigo que posso ser feliz. E quero realmente ser feliz cada vez que me lembrar de ti. Lembra-te de mim e deseja-me essa tamanha felicidade que mereço. Não haverá ódio nisto que sentimos um pelo outro. Somente paz, serenidade e gratidão.

Às vezes acho que te lembras de mim. Que não me esqueces. Não acho que seja loucura. Nem tão pouco um devaneio meu. Sabemos que nos lembramos e nos lembraremos um do outro. O nosso silêncio responde-nos a isso, certo?!

Estarei eternamente grata por aquela tarde de julho em que nos reencontramos e voltei a viver. Eternamente grata pelos nossos caminhos se terem cruzado. Eternamente grata por isto que sinto por ti. Este sentimento tranquilo que me ressuscitou.

Por isso, guardo-te em mim e jamais me esquecerei de ti.

E tu, podes continuar a lembrar-te de mim.

Imagem : Internet

duminda-perera-0HTbuiw-gMc-unsplash.jpg

#opinião# Haruki Murakami "Norwegian Wood"

Quase que sentia vergonha de tantas vezes ver os livros de Haruki Murakami nos escaparates das livrarias, nos tops dos livros mais vendidos, a receber prémios e eu na mais profunda ignorância da sua escrita. Até que naquele evento anual a que Lisboa tão carinhosamente chama de Feira do Livro, eis que encontro duas mega promoções dos seus livros. Hesito, vacilo, mas assim que dou por mim, já tenho os livros no saco. Não tardei em explorar avidamente as páginas de “Norwegian Wood”.

Somos apresentados a Tōru Watanabe, de 37 anos, prestes a aterrar no aeroporto de Hamburgo quando lhe chega aos ouvidos a melodia que dá título ao livro, eterna música dos Beatles. De olhos postos nas nuvens carregadas que se preparam para chover, a sua mente pensa no que deixou para trás. Nos amigos cujos caminhos se descruzaram, nos sentimentos que ficaram guardados lá atrás.

Ao som da música, Tõru recorda o seu primeiro amor Naoko, a namorada do seu melhor amigo Kizuki, que aos 17 anos sem que nada o previsse suicida-se, deixando a Naoko e Tõru com aquela sensação de se sentirem perdidos e abandonados no mundo. Assim afastam-se até ao reencontro, quando o nosso personagem principal se encontra na faculdade, mostrando-se pouco sociável.

Quando Kizuki morre, Naoko perde-se para o mundo, e a sua frágil saúde mental degrada-se ainda mais, tornando-se mais apática, uma espécie de espectro com dificuldade em comunicar, em falar, escrever ou em expressar-se.  Existe entre ambos uma ligação de dor que só eles entendem e se podem ajudar mutuamente. No entanto o caminho de Naoko é sinuoso, chegando a internar-se numa instituição que não é para doentes mentais, mas algo muito parecido, para pessoas que em determinada altura das suas vidas perderam alguma capacidade de se manterem socialmente capazes e integradas.

Nesse entretanto, Tõru conhece Midori, uma rapariga, o oposto de Naoko, cheia de vida, descontraída. Como isto dos sentimentos ninguém consegue comandar, Tõru vê-se na encruzilhada de sentir algo muito forte por estas duas raparigas.

De forma resumida, assim é a história de “Norwegian Wood”.  Não me prolongo muito mais pois não quero desvendar os desfechos, o dizer adeus à adolescência, a entrada na idade adulta.

Não podemos dizer que é um livro de amor. É um livro que aborda o amor, a paixão, o sexo, o prazer dos corpos, o medo, a solidão, a angústia. Temas como a adolescência, as doenças mentais e o suicídio estão muito presentes no livro.

Uma reflexão melancólica sobre a perda dos outros e de nós mesmos.

É um livro que nos faz descer ao nosso íntimo e que nos abana. Que nos recorda como nem sempre é fácil crescer.

Um livro que adorei e que recomendo vivamente. Um livro de emoções.

E venha a próxima leitura de Haruki Murakami porque a sua escrita conquistou-me!

62449858_10156518822213565_6733800531560497152_n.j

Pablo Alborán : Um concerto de emoções!

Já lá vai uma semana, mas a melodia das emoções ainda faz eco em mim nas músicas que ouço nos caminhos diários. Não foi a primeira e espero que não seja a última vez que possa ver esta alma bonita cantar ao vivo.
Desta vez uma experiência diferente, eu ali no meio de desconhecidos, sozinha, a ouvir o Pablo. Não foi por isso que não vivi, que não senti. Antes pelo contrário, as pessoas que me rodeavam ora falavam como se estivessem no café, ou estavam sizudas ou numa extrema apatia. Pensei seriamente o que estariam ali a fazer, se não estavam a sentir o momento. E eu ali sozinha, eu e a voz do Pablo, cantei, gritei, dancei, emocionei-me. Vivi intensamente cada acorde, cada música, cada palavra. O sentimento no coração. O arrepiar a pele. A garganta seca. Os olhos que brilham. As mãos dormentes de tantas palmas. Entreguei-me ao momento. E vivi tanto. Trago comigo dessa noite tão boas memórias. As minhas memórias.
No fim olhei para aquelas pessoas que não corresponderam à imensa entrega que o Pablo tem em palco, sem sorrisos. E eu ali, sozinha, de sorriso aberto e um conforto tão grande dentro de mim. Feliz.
Pensei, malta, acordem e vivam. Isto da vida é efémero, os momentos não são garantidos mas a emoção do que vivemos ficará sempre em nós.
Pablo, sempre que puder, voltarei para me emocionar com essa tua voz de alma bonita.
E obrigada por essa tua entrega.

65923573_10156556496493565_1355087281676877824_o.j

Deixar-te ir!

Hoje deixei-te ir. Fui sentir a dor que era deixar-te ir. Um fim de tarde sem ti. Estares ali. E eu deixar-te ir nesse relógio. Os longos minutos a decidir. Fui saber se doía. E agora horas depois, a alma dói nas mãos que te escrevem.
Talvez seja altura de te deixar ir de mim. De nos deixarmos ir um do outro. De as nossas almas se largarem uma da outra. Sem fingir que nunca me cruzaste o coração. Porque vives aqui dentro. E sempre viverás. Não posso é dizer o teu nome!
Os teus fins de tarde devolveram-me a vida. As longas horas de frio que nunca me constiparam. A chuva no caminho mais longo de regresso a casa que nunca me espirrou o nariz. Saltar nas poças na alegria de me sentir renascer. Como guardarei cada loucura dessas. Aprender a sentir o tempo. Os minutos que para te ver nunca foram minutos perdidos. Eram o meu alento para dedilhar no sonho nas altas horas da noite. Cresci tanto nestes nossos fins de tarde. Quando o cansaço chegava aos outros eu acordava para viver. E agora vivo.
Nos últimos dias sorriram-me. Tanto e tantas vezes. Docemente. Nunca tinha visto sorrisos assim. Mas esses sorrisos estavam ali. Eu não os via. E agora vejo-os porque me ensinaste a sorrir. Porque foste aquele com esse sorriso que me sorriu o rosto. Hoje sei sorrir porque sem saberes ensinaste-me a dar os primeiros passos nesta lição que é saber sorrir. Não é fácil. Tem altos e baixos. Mas aprender a sorrir é tão bom!
Gostava mesmo que fosses aquele o tal, que me abraça. Que me beija. Que me adormece a noite. Que me acorda as manhãs. Que brinca e limpa as lágrimas. A sério que queria que fosses tu. O que me treme os joelhos. Porque gosto mesmo de ti. Mas a vida teima em sussurrar-me que não. Não sei o hoje, e muito menos saberei o amanhã. Saberemos lá nós se um dia riremos destes devaneios ou se nunca mais cruzaremos os nossos olhos. Preferia tanto rir que nem uma louca. A loucura saudável de amar.
Eu estou aqui. De coração sem barreiras porque destruíste-me os muros de arame farpado que me sangravam os sentidos. Se um outro vier e eu amar, terás sido tu que me deixou a vontade de amar. Saber amar. Ser-te-ei eternamente grata se um dia amar.
Serás sempre aquele rapaz de olhos mel-outono que me renasceu. Aquele que me reencontrou para eu descobrir quem sou.Os únicos olhos mel-outono. Nenhum outro olhar será assim chamado.
Serás sempre especial, o mais especial, mas hoje tive de te deixar ir.
Amanhã …..amanhã não sabemos o que será!
 
Imagem : Internet

nick-scheerbart-147412.jpg