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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Ouvir-te....

Silenciei os meus ouvidos naquela música de embalar para ser embalada pela tua voz nesse fim de tarde. Aquela tarde que beija o fim de semana que chega ao corpo. Ouvir-te naquelas conversas que nada o são. Palavras de circunstância nos teus olhos despidos que se habituam à cor do outono. E que dizer desse sorriso teu tão aberto que abre qualquer coração. Tão bom um dia poder lembrar-me desse sorrir tão perfeito. Nunca deixes a vida perder esse sorriso tão teu.
Silenciei os meus ouvidos. Abracei o horizonte para lhe agradecer por estares ali. Na véspera de novos caminhos que se iniciam. Para sentir essa força tua em mim e nunca desistir. E mesmo que os horários me ocupem os dias haverá sempre tempo no relógio para ti.
Silenciei os meus ouvidos. Escutei-te com a alma. Inspirei este sentir meu por ti.
Ouvi a tua voz para continuar sempre a ouvir-me.
Imagem : Internet

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Esperei por ti....

Não sabes.
Hoje esperei por ti.
Nas horas de inverno que chegaram aos relógios.
Esperei-te. Sem vires.
A estrada vazia nos lugares teus.
E eu senti-me um tronco oco que apodrece.
Caminhei com a dor das lágrimas que me queriam bater o corpo.
O horizonte a escurecer sem a nudez dos teus olhos.
Que triste pôr do sol foi este de hoje.
Sem ti tudo é tão mais desolador. Há uma beleza que se perde em mim.
Lembrei-me quando te deixei ir naqueles fins de tarde de verão.
Quando estupidamente achei que te podia ir deixar de mim. Hoje disse-me a alma para não apressar um deslargar sem sentido.
Hoje o tempo cegou-me o coração. Para acordar e sentir. Não querer perceber os porquês. Somente sentir.
A ausência tua afundou-me a vontade de sorrir. Naufraguei à deriva do sorriso teu.
Esperei por ti.
Sozinha.
E doeu tanto.
E continua a latejar em mim esta saudade tua.

Imagem :Internet

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Olá Outono,

Na manhã de hoje quando forem 08h50 o outono chegará. De forma envergonhada por entre o canto dos grilos e o brilho dos pirilampos das noitadas de verão.
É tempo do verão descansar, de um novo ciclo se iniciar. Porque a vida é feita de ciclos e precisamos destes ciclos para crescermos. O outono chega após o calor, a luz, a força dos sentimentos e emoções do verão e antecede o frio, a penumbra e o silêncio do inverno. É tempo de abrandar o ritmo alucinante do verão. Tempo de deitar fora as nossas velhas folhas, enraizar as nossas raízes e preparar o nosso eu para novos ciclos. Uma fase de recolhimento. Uma estação de reflexão.
Mas o nosso querido verão como teve dificuldade em encontrar o caminho até nós, não nos quer dizer um até já. Mesmo quando o verão adormecer, o sol, a sua energia fica entre nós. Os raios de sol vão continuar a emanar o calor que toca nos nossos braços. Os vestidos dão lugar às calças e as sandálias arrumam-se no armário e voltam as botas aos nossos pés. Ou podemos prolongar a época dos ténis (o que eu adoro a moda dos ténis – por mim ficam o ano todo!)
Mais um verão, mais leituras na praia, mais horas na esplanada, mais passeios, mais uma fuga da cidade ao encontro da paz da natureza.
Verão, sinónimo de férias! Mas, infelizmente também sinónimo dos fatídicos incêndios que uma vida destroem nos minutos das suas labaredas. E isso nada deixa de saudades. Uma história que se repete ano após ano e cuja solução é uma miragem. Vandalismo, interesses económicos, a razão é irrelevante para o sofrimento e dor que causa às suas vítimas. Já era tempo de o verão ser verão sem os incêndios a manchar o seu sorriso.
Despede-se o verão no calendário, mas a sua presença ainda se manterá mais umas semanas entre nós. Uma doce transição para o outono das folhas caídas no chão. O frio que começa a arrepiar nas noites. As leituras ao lado de um chá quente. As gotas da chuva na terra molhada que nos faz viajar no tempo e sentir a infância perdida em nós. O outono traz nos seus braços uma outra espécie de conforto emocional. Nada de tristezas, nada de lamentos pela partida do verão. Novos pequenos momentos surgem para nos fazer sentir vivos, porque cada estação tem a sua beleza própria e o outono ser o escurecer cedo do dia, mas nesse escurecer mais cedo, decerto encontraremos o brilho das estrelas que acordam sobre nós.
Sintam e vivam a beleza deste outono único que ficará connosco até dezembro. E não se esqueçam que nesta estação teremos o chegar da sinfonia das cores e desenhos típicos de natal que pintam os meses do ano que se aproximam a passos largos.
Um até já ao verão e um forte abraço de boas-vindas ao outono que chega nas folhas que deslizam nas árvores.

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Uma coragem que se vai de mim.....

Às vezes há uma coragem que se vai de mim. Quando deixo fugir-me os meus olhos de ti. Essa coragem de não ter medo de enfrentar essa alma tua que trazes nos teus olhos despidos pelo cinzento das nuvens.
Onde está essa coragem minha? Encontra-a e devolve-me porque está tão perto de ti. Não a sentes respirar no teu rosto quando mexes todo o teu corpo?
Às vezes há uma força que me aperta o estômago. Que me debruça os sentidos em ti. Tu. Essa força minha que encontrei e que não me deixas perdê-la. Olhas e eu fugo.
Oh coragem minha, onde estavas tu hoje?!
Esse mel-outono dos teus olhos são a cor dos meus dias que tanto nada se estão a tornar.
É nesse regresso a casa que nos precisamos de conversar o olhar e levar-te no meu coração para o dia de amanhã.
Porque nesses dias de vazio que me esmorecem preciso da coragem tua que me vive.
E se não olhar para ti não haverá coragem para abandonar essa prisão de sonhos que me atrasa o caminho meu.
Hoje perdi coragem minha. E tu viste-me ser fraca ao deixar fugir essa coragem minha pela estrada.

Imagem : Internet

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Mais uma tarde!

Mais uma tarde.
Os teus olhos que já se despem no verão que adormece mais cedo.
Tão bom poder olhar os olhos teus.
Não há olhos que goste mais de sentir em mim. Mesmo que não me toquem o corpo.
Hoje sorriram-te o coração. E tu sorriste a alma.
Tão genuíno que foi a simplicidade desse teu sorrir.
E que delícia foi ver-te sorrir assim nesse sorriso que não se esquece de tão bonito que foi. E sorri porque estavas a sorrir.
Sorri sempre assim porque és tão mais bonito quando sorris.
Guardo esse sorriso teu que me sorriu o dia.

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O Senhor Manuel dos Bolos!

O verão começará a despedir-se de nós em breve. A praia hibernará no frio que lhe sussurrará no mar. O bronzeado ficará escondido por baixo dos casacos matinais.
Também as bolas de berlim ficarão na prateleira das memórias.
Foram tantos os anos sem praia. Tantos anos sem o sal na boca. Os complexos. Os medos.
Agora a praia, o lugar meu. E com essas bolas de berlim que nos adoça as férias. Que tempera o descanso.
Tão bom ouvir ao longe os pregões da bola que chega. As vozes graves ou agudas. A pele enrugada do sol nas mãos desses homens e mulheres que nos ouvem os ouvidos. Olhos fechados. O som do mar numa bola de berlim.
Cada vez mais estas vozes perdem-se. Para dar lugar às campainhas que nos ensurdecem. Sei que é tão mais fácil, tão mais simples estes telintares. As vozes que não se gastam. Mas são campainhas sem alma.
Gosto do senhor Manuel dos Bolos. Desse senhor e todos aqueles que nos deixam o som de memórias felizes nas suas vozes.

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Parabéns Avó Minha!

Avó minha,
Hoje acordei-me nas lembranças deixadas por ti. Seria oficialmente esse dia teu quando a vida te trouxe até aqui. O teu corpo já não nos habita os dias mas quem tu foste será sempre aquela flor que o tempo não irá murchar.
Olhei esse campo citadino da minha janela e vi-te ali sentada quando foste arrancada daquele campo teu. A tua vida. Quem eras. A olhares o passado sempre com uma aprendizagem. Trago isso de ti.
Eras e serás sempre uma pessoa especial deste mês de setembro. O teu mês. O meu. O mês tão nosso. Partiste antecipadamente numa viagem com tanto que precisava de aprender de ti. Partiste mas trazes-me nessa alma tua. Acredito que sim. Tens me dado pessoas especiais de setembro. Aquelas pessoas que me tremem o coração. Aquelas pessoas que ensinaram o sorriso. Aquelas pessoas que me acordaram de uma sonolenta apatia. Pessoas que me cruzam o caminho de amor e carinho. Que me fazem andar em direcção ao que aqui vim ser. Pessoas especiais que me ensinam a ser quem eu sou.
Pessoas que me trouxeste aos meus dias.
Eras tu que hoje farias anos mas tens sido tu a oferecer-me a prenda de aprender a amar o viver.
Guarda-me em ti. Hoje e sempre.
Guardo-te em mim. Ontem. Hoje. Amanhã.
Parabéns avó minha.

Imagem : Internet

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Hoje fui lá. Não estavas....

Hoje fui lá. Apenas para te ver.
Fui. Não apareceste.
Os olhos doeram-me.
As emoções desmaiaram ao sol.
Talvez a estrada me tenha dito que é tempo de nos largamos as almas.
Voarmos livres de mágoas eternas.
Hoje fui lá. Não estavas.
O relógio correu nos ponteiros. Fui embora.
Triste ocaso este o de hoje
Um dia se quiseres recordar-nos nos olhos nossos, escreve nas fotos de quem és que estarás lá e quem sabe se volto lá.
Ali.
Só para te ver.

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Olá meu setembro,

Eis que chegas, meu querido mês de setembro. Mês tão meu. Especial. De pessoas especiais. Daquelas pessoas que me vivem na alma. Que me respiram os sentidos.
Setembro meu que me viste nascer. Ainda feito de dias quentes. Para que nunca me falte o calor da vida em mim. O ainda verão que nos palpita no coração. Os dias que nos iluminam as emoções.
Setembro, tantas vezes, és o fim das férias, dessas rotinas boas das férias, o verão que se transforma em outono, os dias que diminuem, o descanso que deixa saudades. Mas não és um mês de despedidas, és uma espécie de mês de reinícios, o regresso ao trabalho ou à escola. Novos planos e objetivos. Novos sonhos e esperanças. Por isso tantas agendas iniciam neste mês teu. O recomeçar.
Também para mim, setembro é o meu primeiro mês, o que marca o início de tudo. Da vida. Dos sonhos. De novos desafios. De nunca me esquecer de lutar por mim. Plantar novas sementes. Setembro é o meu nascer constante a cada ano que passe. Recomeço-me no teu chegar.
És e sempre serás o mês da avó minha que me deixou a tua herança nas minhas veias. Uma sintonia inquebrável de almas.
Oh meu setembro especial, és mesmo o mês de pessoas especiais. Aquelas que me têm renascido a vida que está dentro de mim. Trazes a doçura mel-outono nos olhos de quem nasceu nas horas tuas. A melodia do teu silêncio nas conversas que me ensinam a ser quem sou. A nossa ligação de reencontro de almas. O setembro nosso.
Setembro querido que me tens feito tropeçar em pessoas tuas. Que tanto são para mim. Que prendas boas essas tuas para mim. Continua com presentes assim neste mês meu.
Não há mês que ame mais, meu doce e amado setembro. Sou tão tua. Desde sempre e para sempre!
 

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