Nostalgia no dia 17 de confinamento
Domingo, 31 de janeiro. Dia 17 de confinamento. A chuva na janela despertou-me a nostalgia. Talvez porque tenha acordado contigo no meu pensamento. Há dias sonhei com essas tuas costas curvadas para mim. A camisola que me acenava. O teu rosto enternecedor. Estávamos na distância de um olá. Cruzamos-nos no sono e depois partimos para a estrada das nossas camas, em lugares de tempo diferentes.
Talvez tenha ficado na dúvida se era um olá teu ou o sinal que é altura de as nossas almas se largarem. Não pensei muito. Não forcei o meu sentir. Não me obriguei a emoções.
Deixei fluir as saudades tuas. De como o confinamento nos trocou os horários e destinos. As tuas horas serão sempre memórias minhas. As mais silenciosas, mas as que mais fizeram crescer em quem eu sou. Reconheço que sinto falta de te ver correr. De me olhares pelos teus olhos escondidos. De seres o terramoto que me obriga a continuar a minha viagem interna. O sol que se escondeu porque chora a tua ausência no banco onde te via passar.
Tenho esta incerteza em mim te saber bem no meio deste caos e loucura que vivemos.
Nem adormeci a pensar-te. Mas voltaste aos meus sonhos nocturnos. Tão autêntico. Todos os teus traços. Os teus gestos. Como se fosses verdadeiro. E não fruto do inconsciente do meu sono. Se sou eu que te chamo ou se és tu que me sussurras, não me importa. Só as nossas almas conhecem as cláusulas deste nosso contrato de encontro e quando for o momento de nos irmos, será um processo suave e a transbordar de amor. Porque um dia os teus olhos me revelaram a importância de escrever o amor de tudo o que me rodeia.
Continuarei a sonhar contigo sempre que me apetecer. Tens a porta aberta para lá apareceres quando te bem apetecer.
Acordei nostálgica de ti. De coração ansioso para saber de ti. Com tanta vontade de te olhar. De ver-te bonito e saudável.
Agora só me importa que estejas bem no teu mundo encantado de amor.
Porque se estiveres bem, então está tudo bem.
Imagem : Internet