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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Dia do livro

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Hoje é o dia daquele amigo meu que conheço desde que me conheço e que me acompanha em todos os meus momentos, os bons os menos bons e os assim-assim. As memórias que me ficam de cada leitura. As personagens pelas quais me apaixono e as que odeio. Os cenários e paisagens que tomam forma aos meus olhos através das palavras escritas.
O livro, o meu companheiro fiel de instantes e viagens. De risos e gargalhadas. De lágrimas. De sonhos e conquistas. A luz e o caminho. A minha almofada. A manta-conforto. O meu abrigo. Onde me perco e me encontro no folhear das páginas.
Uma das maiores paixões que a vida me deu e eu agarrei para não mais largar. O livro pelo qual me enfeitiço a cada novo começo. Um eterno amor numa amizade sem horizonte à vista desgarrada.
As palavras que leio e que escrevo. Histórias de outros. A minha história. A minha vulnerabilidade. Descobrir quem sou nos livros. Cresço em ti. Encontro tanto de mim nas tuas frases e pensamentos. As emoções que partilhamos.
Hoje é o teu dia meu amigo Livro. Só para te dizer que te adoro e que fazes parte de mim. Já não viveria sem ti. Porque sou tão feliz quando estou contigo.
És-me amor de uma vida. Vives-me na eternidade do meu coração.
Agarrei-te para não mais te largar de mim.

Imagem : Internet

Diana Gabaldon "Um Sopro de Neve e Cinzas (livro 6 - vol I e II)"

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Terminado que estava o quinto livro “A Cruz de Fogo” da saga Outlander, achava eu que ia fazer uma pausa na leitura enquanto via a temporada 5 na televisão. Até que percebo/ descubro que na série existem momentos do livro 6 “Um Sopro de Neve e Cinzas”, inclusive o desfecho dessa temporada que é avassaladoramente dramática. Parou tudo! Como é que vou ver situações do livro que sem as ter lido? Não pode! Então toca de começar a iniciar a leitura de 1542 páginas divididas por dois volumes, pelo menos aquilo que seria retratado na série (mal sabia eu que a execução de Bonnet seria só mesmo no final do livro). Mas pelo menos queria ter a leitura fresca na mente por causa de tantas situações e pormenores que são modificados na série, e que para mim, enquanto leitora, fazem toda a diferença.
Depois de um livro de rotinas e quotidiano das personagens que por vezes se sentia monótono, “Um Sopro de Neve e Cinzas”, passado entre 1772 e 1776, é o oposto, um livro dinâmico e intenso que transborda em situações que nos prendem às páginas.
Um livro com esta dimensão, é impossível resumir toda a sua essência. Posso destacar alguns dos principais acontecimentos. Claire a ser raptada por uma quadrilha que já havia incendiado e assassinado outros habitantes da zona. Um episódio psicologicamente muito denso porque ler os pensamentos da personagem alvo de violência e violação é muito forte. Sublinho que a série foi adaptada e a razão do rapto é diferente e onde são omissos tantos pormenores. Aqui vamos perceber que existem outros viajantes do tempo. Ainda relacionado com Claire, também ficará doente (ou será envenenada?!) ficando febril e às portas da morte, perdendo todo o seu farto cabelo. A sua reação de choque da personagem é de nos cortar o coração. E o amor de Jamie é de nos embalar o coração.
Habituados a que estamos às andanças de Jamie e Claire, Jamie será confrontado em ser lealista ou rebelde com a aproximação da Revolução Americana. E por isso e por outras circunstâncias que se adensam anteriormente, Claire e Jamie serão presos. É mais emocionante ler, porque aqui não posso revelar tudo.
Brianna será raptada por Bonnet (também este episódio foi bastante adaptado na temporada 5) e finalmente ficará livre de todo este pesadelo, mas como aqui não há sossego, Roger e Brianna serão pais de Amanda e que os fará voltar ao século XX , uma vez que a filha precisa de uma cirurgia cardíaca para sobreviver, a qual Claire não tem condições de realizar no tempo em que estavam e com os recursos que dispunha.
Qualquer seguidor desta saga, percebe que a notícia do incêndio não podia ser verdadeira (basta pensar que ainda temos os livros 7 e 8 publicados), mas ficamos sempre curiosos para perceber como as nossas personagens iriam viver este facto. O suposto incêndio não ocorre na data prevista e existe todo um preparativo solene desse dia, acabando por acontecer noutro dia, destruindo a casa de Jamie e Claire, levando-os a voltar à Escócia.
Claro que Outlander não vive só destas quatro personagens. A família Christie, misteriosa, cujo desfecho não será o mais alegre, onde nada é previsível e que nos fará abrir a boca de espanto algumas vezes.
O nascimento do quarto filho, Henri-Christian, de Fergus e Marsali traz momentos de conflito dentro da comunidade, sendo ele um anão, era visto como um mau agoiro do futuro, o que leva a transformações destas personagens e mudanças de caminhos.
O romance de Lizzie com os gémeos Beardsleys, choca Fraser’s Ridge, pois o conceito de poliamor não era conhecido no século XVIII e ainda para mais Lizzie inicialmente era vista como púdica.
Contaremos com a presença de Ian, que eu simplesmente adoro.
Ficam tantos momentos por referir, fica a recomendação para a leitura desta saga que me encantou e que historicamente é muito fiel ao que realmente aconteceu.
Na conclusão do livro, temos um vislumbre da vida de Roger, Brianna e os seus filhos em Lallybroch, onde se estabelecem no século XX e a explicação de como a data foi escrita errada no jornal que anunciou a morte equivocada de Jamie e Claire.
Agora fica a curiosidade para ler Brianna e Roger no século XX e o regresso de Jamie e Claire à Escócia. Por isso, em breve seguirá a leitura de “Um Eco do Passado” que já chama por mim da estante, porque já vi que haverá trocas de cartas entre séculos, e já começo a ficar com pele de galinha com tanta curiosidade.
Ler cada livro da saga Outlander é ser viajante do tempo, cada página lida vale cada minuto agarrada a este livro.
Estou viciada nisto, e agora?! É continuar a ler!
 

Escrever-te mais um dia

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Há quanto tempo eu não te escrevo? Muitos dias. Talvez tenhas sentido falta destas palavras de quem sou. Como se fosse tempo de finalmente te deixar ir. Talvez seja esse o tempo de viver esse processo de forma tranquila e sem pressas. Terá de ser no tempo que tiver de ser. Até a lição estar aprendida e assimilada e continuar o caminho.
Mas hoje ao ver-te voltei, assim do nada, a sentir aqueles suaves murros no estômago. Não tremi porque estava tranquila. Ver-te os olhos de amor inspira-me em acreditar em esperança. Talvez ainda precise disso de ti e por isso voltei lá, a locais de memórias tuas de tempos sem pandemia.
Senti um laivo de sorriso nos teus olhos. Sorri sempre assim. Sê realmente feliz como as fotografias te guardam. Que o teu coração esteja em constante modo de felicidade. Sê feliz para continuares a seres tão bonito.
Aproximam-se de ti ciclos de vida desafiantes e profundamente transformadores como a mim irão chegar. Que nessa altura tragas para fora a melhor versão de ti. Posso não conhecer-te hábitos ou gostos, mas as nossas almas conhecem cada recanto nosso porque se reconhecem em qualquer espaço de tempo. Antes, hoje e no que virá depois, lá estaremos nós para viver aquilo que tivermos acordado, mesmo que seja só o silêncio.
Sei que dentro de ti vive uma alma cheia de luz que merece o melhor. Nunca menos que isso. Que nesses ciclos tão íntimos e solitários que viverás, nunca percas esse teu lado de puro amor. Multiplica o amor que tens nas tuas células.
Foste uma espécie de pilar energético que tanto me deu. Que tanto me ajudou a enfrentar os meus demónios e as minhas sombras. E só almas de luz têm esse poder de dádiva e entrega. Só almas de luz podem ser guias de renascimento.
Trago-te e irei levar-te no coração. Sê o meu eterno exemplo de amor e felicidade que vejo nas tuas imagens. Que sejam genuínas daquilo que és.
Se hoje sei escrever amor, foram os teus olhos que me fizeram encontrar o meu amor por mim que andava perdido na estrada
Um dia sei que vou encontrar assim um amor como tu. Por isso hoje voltei a escrever-te, sol das minhas sombras, trevas da minha luz.

Imagem : Internet

A minha bola de carne

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A minha avó sabia fazer bolas de carne como ninguém. Ou talvez por gostar tanto, para mim eram e serão sempre as melhores que comi. Eram feitas com outras farinhas simples e naturais como tudo deve ser. Enchidos caseiros. O ar de fumo do forno de lenha que ficava impregnado na bola. Que aroma inesquecível de um coração tranquilo.
Eram as mãos da minha avó que faziam a bola de carne e isso fazia toda a diferença. Eram mãos de amor que na altura não sabiam o que eram e que agora descubro como o amor está em tudo. Os ingredientes eram envolvidos em afetos e tratados com respeito.
A minha avó não me deu a receita da sua bola de carne nem partilhou os segredos comigo. Deixou-me as memórias que me alimentam. Porque sábia como ela era, sabia que eu teria de descobrir a minha própria receita.
Encontrei uma receita simples e cada vez que faço, tento sempre adaptar algo, seja nas farinhas, nas carnes, no azeite, no repousar a massa. Para me ligar mais ao sabor das memórias que deixou em mim. Para ser a minha receita inspirada pela minha avó. Para a nossa ligação nunca se perder, nas nossas identidades tão parecidas e tão únicas.
Posso não ter feito a bola perfeita. Mas tem o sabor do amor, o principal ingrediente, que torna cada receita em algo especial.
Aquele amor que vou encontrando no que vou fazendo. Porque tudo tem de ser feito em amor.
Esta bola de carne cresceu, rasgou a massa e parece que desenha um sorriso. Talvez seja o sorriso da minha avó que viajou por entre tempos paralelos para me vir dizer um olá de boa Páscoa.
Porque o amor é assim, fica nas memórias que as nossas mãos modelam.

Abril de flores

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Chegou um abril de esperança. De dias primaveris, de sorrisos sóis e melodias de olhos encantados.
Fui à florista comprar um girassol a germinar sonhos de tão pequeno que é. Para eu florescer em sintonia com o girassol, a abrir cada dia mais os meus braços e abraçar a vida. Continuar sempre a desabrochar a minha essência.
Trouxe uma gerbera de um doce cor-de-rosa para encher a casa de aroma a amor. Para que a ternura seja conforto diário.
Gosto de flores que me inspiram uma suave felicidade que se entranha na pele.
Chegou abril. Que nos seja um abril de flores felizes.