Terminado que estava o quinto livro “A Cruz de Fogo” da saga Outlander, achava eu que ia fazer uma pausa na leitura enquanto via a temporada 5 na televisão. Até que percebo/ descubro que na série existem momentos do livro 6 “Um Sopro de Neve e Cinzas”, inclusive o desfecho dessa temporada que é avassaladoramente dramática. Parou tudo! Como é que vou ver situações do livro que sem as ter lido? Não pode! Então toca de começar a iniciar a leitura de 1542 páginas divididas por dois volumes, pelo menos aquilo que seria retratado na série (mal sabia eu que a execução de Bonnet seria só mesmo no final do livro). Mas pelo menos queria ter a leitura fresca na mente por causa de tantas situações e pormenores que são modificados na série, e que para mim, enquanto leitora, fazem toda a diferença.
Depois de um livro de rotinas e quotidiano das personagens que por vezes se sentia monótono, “Um Sopro de Neve e Cinzas”, passado entre 1772 e 1776, é o oposto, um livro dinâmico e intenso que transborda em situações que nos prendem às páginas.
Um livro com esta dimensão, é impossível resumir toda a sua essência. Posso destacar alguns dos principais acontecimentos. Claire a ser raptada por uma quadrilha que já havia incendiado e assassinado outros habitantes da zona. Um episódio psicologicamente muito denso porque ler os pensamentos da personagem alvo de violência e violação é muito forte. Sublinho que a série foi adaptada e a razão do rapto é diferente e onde são omissos tantos pormenores. Aqui vamos perceber que existem outros viajantes do tempo. Ainda relacionado com Claire, também ficará doente (ou será envenenada?!) ficando febril e às portas da morte, perdendo todo o seu farto cabelo. A sua reação de choque da personagem é de nos cortar o coração. E o amor de Jamie é de nos embalar o coração.
Habituados a que estamos às andanças de Jamie e Claire, Jamie será confrontado em ser lealista ou rebelde com a aproximação da Revolução Americana. E por isso e por outras circunstâncias que se adensam anteriormente, Claire e Jamie serão presos. É mais emocionante ler, porque aqui não posso revelar tudo.
Brianna será raptada por Bonnet (também este episódio foi bastante adaptado na temporada 5) e finalmente ficará livre de todo este pesadelo, mas como aqui não há sossego, Roger e Brianna serão pais de Amanda e que os fará voltar ao século XX , uma vez que a filha precisa de uma cirurgia cardíaca para sobreviver, a qual Claire não tem condições de realizar no tempo em que estavam e com os recursos que dispunha.
Qualquer seguidor desta saga, percebe que a notícia do incêndio não podia ser verdadeira (basta pensar que ainda temos os livros 7 e 8 publicados), mas ficamos sempre curiosos para perceber como as nossas personagens iriam viver este facto. O suposto incêndio não ocorre na data prevista e existe todo um preparativo solene desse dia, acabando por acontecer noutro dia, destruindo a casa de Jamie e Claire, levando-os a voltar à Escócia.
Claro que Outlander não vive só destas quatro personagens. A família Christie, misteriosa, cujo desfecho não será o mais alegre, onde nada é previsível e que nos fará abrir a boca de espanto algumas vezes.
O nascimento do quarto filho, Henri-Christian, de Fergus e Marsali traz momentos de conflito dentro da comunidade, sendo ele um anão, era visto como um mau agoiro do futuro, o que leva a transformações destas personagens e mudanças de caminhos.
O romance de Lizzie com os gémeos Beardsleys, choca Fraser’s Ridge, pois o conceito de poliamor não era conhecido no século XVIII e ainda para mais Lizzie inicialmente era vista como púdica.
Contaremos com a presença de Ian, que eu simplesmente adoro.
Ficam tantos momentos por referir, fica a recomendação para a leitura desta saga que me encantou e que historicamente é muito fiel ao que realmente aconteceu.
Na conclusão do livro, temos um vislumbre da vida de Roger, Brianna e os seus filhos em Lallybroch, onde se estabelecem no século XX e a explicação de como a data foi escrita errada no jornal que anunciou a morte equivocada de Jamie e Claire.
Agora fica a curiosidade para ler Brianna e Roger no século XX e o regresso de Jamie e Claire à Escócia. Por isso, em breve seguirá a leitura de “Um Eco do Passado” que já chama por mim da estante, porque já vi que haverá trocas de cartas entre séculos, e já começo a ficar com pele de galinha com tanta curiosidade.
Ler cada livro da saga Outlander é ser viajante do tempo, cada página lida vale cada minuto agarrada a este livro.
Estou viciada nisto, e agora?! É continuar a ler!