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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

A morte de Pedro Lima : a depressão destruidora!

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Aquela notícia que nos soa a um grito desesperado que não foi a tempo de ser ouvido. A trágica e inesperada morte de Pedro Lima são gritos de alerta para todos nós sobre essa doença tão silenciosa que arruína o seu doente sem ninguém dar por isso. Assim a depressão destruiu o homem que Pedro Lima era.
Podemos achar que além de ser um homem cheio de charme (sem dúvida que o era), de ter aquele sorriso aberto de vida (que bonito sorriso era o dele), teria a vida perfeita. Era ator, daqueles galãs de novela. Um talento notável. Tinha ao seu lado uma mulher que amava e cinco filhos que adorava. No entanto algo não estava bem, e não era essa vida quase idílica que muitos acham que é suficiente para se estar bem. Às vezes nossa alma afunda-se no abismo, dorme na lama por tantos e diversos motivos. Às vezes fazemos caminhos dentro de nós que conduzem a essas malvadas depressões. É demasiado fácil lá chegar, é de uma dificuldade cruel sair de lá. A depressão é uma espiral viciante. Agarra-se facilmente ao nosso sangue. Por mais perfeição que se ache que se tem à volta, quando o espírito lateja em ferida, a agonia da depressão é suficiente para se cair e nos arrastarmos pelo chão. Quantas vezes olhamos para os outros, como agora muitos olham para o Pedro Lima e se espantam que pudesse sofrer de depressão. Sim, a depressão não lança foguetes aos outros a dizer “estou aqui”. É preciso uma coragem atroz para pedir ajuda perante sinais de que não se está bem. Carrega-se um fardo nos ombros que não se consegue partilhar. O medos e demónios que vagueiam na mente. O mundo fecha-se e torna-se negro. Quem já viveu e ultrapassou uma depressão pode imaginar o estado daquela alma para chegar ao limite de se levantar de madrugada, abandonar quem mais amava e simplesmente desistir da vida e dos tantos sonhos que transportava em si. Quem já sentiu uma depressão sabe como um instante pode ser fatal. Como sem se dar conta se chega a um ponto sem retorno. Mesmo que tenha perto mãos que o iriam agarrar. Aquelas últimas horas de vida devem ter sido de um desespero que precisava de ser acalmado com urgência. E a alma de Pedro Lima quis sair dessa tortura de uma forma que a todos nos choca. Aquela notícia que nos faz doer ao ver um homem tão novo e bonito desistir de viver.
Mas por favor, não venham agora os típicos julgamentos de praça pública sobre a vida que tinha, disto e daquilo. A dor era tão dele. Agora é de família e amigos que precisam de amor. E nós, nós não somos ninguém para fazer julgamentos do que quer que seja. De ser certo ou errado. De ser forte ou fraco. É o seu caminho de alma. Apenas podemos olhar para o céu e esperar que agora Pedro Lima esteja em paz consigo mesmo e a deslumbrar os anjos com o charme do seu sorriso nessas encenações que por lá haverá.
Resta-nos guardar na memória o seu talento e não esquecer este grande alerta que nos deixou sobre como uma depressão realmente destrói e como por detrás de um sorriso tão aberto pode estar alguém que está a sofrer. Pensem nisso, é essa a mensagem que nos deixa. Para que possamos ajudar outros Pedro Lima que por aí vagueiam atormentados por fantasmas.
Agora, querido Pedro Lima, espero que encontres a tranquilidade que tanto procuravas.

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