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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Ao décimo oitavo dia de confinamento chegou fevereiro

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Ao décimo oitavo dia de confinamento chegou fevereiro, apelidado de mês do amor. Aquele mês que antes odiava por tantos ódios e raivas minhas. A tristeza que me fustigava as veias. A apatia de viver. Antes de perceber como o amor é tudo na vida, porque tudo é amor. O amor é a vibração maior onde devemos dançar os dias.
O amor por nós, então esse amor é o mais sublime de todos os amores que possam existir. O amor que não tem mês. Que não tem dia próprio. O amor mais urgente de encontrar seja qual for o mês. O amar quem somos.
O amor de fevereiro anunciou-se com chuva. Porque o amor é uma bênção. Tantas vezes difícil de resgatar das sombras dos nossos demónios. No abismo para onde atiramos o amor próprio.
A chuva vinha abraçada à leveza do nevoeiro que desceu para nos aconchegar a tarde de trabalho. Porque quando salvamos o amor da escuridão de onde o nosso coração se encontra, a nossa alma torna-se ligeira e voa nessa luz que rasga as trevas de quem nos éramos. Nessa altura renascemos em amor.
E neste mês de amor que chega, o teu rosto a vaguear por aí. A espalhar amor por onde passa. Pode estar a chover. Pode estar uma noite de nevoeiro. Mas o esplendor dos teus olhos transformam tudo numa terna graciosidade de se ver. Pelo menos a mim deixas-me o olhar em luz. E tudo é tão bonito à minha volta. O pormenor do ramo da árvore. O cantar do melro. O andar livre à chuva, mesmo que esteja de máscara. O meu braço que se mistura no nevoeiro.
Olhar-te de soslaio é sentir que o meu coração já encontrou o caminho para se amar, seja qual for o mês que o calendário anuncia.
Que fevereiro nos traga o amor que tanto precisamos. O amor por nós.