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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Aquela comida de conforto

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Esta foto não é foto de Instagram, perfeita e apetecível. Não é uma foto daqueles restaurantes da moda com aqueles pratos todos gourmet. Pratos bonitos e luxuosos.
Esta é uma foto sem filtros ou arranjos. Tirada no momento.
Esta é uma foto de conforto emocional. Uma foto de memórias de afetos e hábitos ancestrais.
Uma foto de como a simplicidade pode ser aquilo que muitas vezes nos faz sorrir tanto. Alimentar o corpo com comida de amor.
Feijão encarnado, o meu preferido, acabado de cozer. Tirá-lo ainda a fumegar da panela de pressão. Colocá-lo numa tigela com um fio de azeite. Só assim. Nada mais.
O sabor que viaja no tempo até às panelas de ferro da minha avó. O aroma do feijão que ela debulhava sentada nas escadas. Que cozia no fogo da lenha.
Como ela adorava comer assim o feijão acabado de cozer. Herdei ainda criança esse hábito dela. Para ela era um repasto. Para mim também o é. Uma espécie de maravilha culinária. Mas sem estrelas Michelin. Tem a estrela da minha avó e isso é o mais importante para mim.
Pode parecer tão irrelevante, mas o verdadeiro amor está nos pequenos gestos. Nas pequenas coisas.
Por vezes, é o simples que mais nos alimenta o ser que somos.