Chuva!
Uma tarde escura que parecia noite. O céu negro. As nuvens aconchegadas umas nas outras. Que escondiam o dia. Ainda não se sentia o aroma a jantar no baloiçar do vento. Ainda os pratos do lanche se ouviam nos cafés.
Chovia suavemente. Para de repente chover copiosamente. No regresso a casa. Abriguei-me da chuva. Vê-la cair na estrada no reflexo da luz dos candeeiros de rua. Numa entoação sincronizada de ping ping.
E assim num repentino de repente, tu. Nesses teus passos que a minha alma ouve ao longe. O teu rosto a passar veloz por mim. Sem me veres. Bonito. Cada dia mais bonito. Como se naquele troço de estrada onde há segundos a chuva caia a potes, a chuva parasse para que eu te pudesse ver. Assim, bonito.
Porque naquele segundo a chuva conseguiu tornar-te ainda mais naquele encanto cintilante que és. E mesmo sem me veres, senti esse sorriso teu!
Imagem : Internet