Dia 36 de confinamento e as palavras
Dia 36 de confinamento que transborda em palavras, essa minha paixão maior que trago no coração e nas mãos.
Escrever o viver, os momentos, as emoções, o sentir, tudo aquilo que possa ser escrito. Escrever quem sou. Como olho a vida. Como a abraço dentro de mim. Expressar no papel o amor e medo, as alegrias e tristezas, a dor e o amor, as lágrimas e as gargalhadas.
Pediram-me para escrever sobre liberdade. Quis fugir aos clichés normais do tema. Ao que todos estamos habituados.
Escrevi sobre a liberdade que está dentro de nós. Às vezes somos a nossa maior prisão. E somos nós mesmos que castramos essa nossa liberdade. Escrevi-me num processo de vulnerabilização. Sem medo de mostrar quem sou a estranhos. Que sensação apaziguadora esta, escrever-me sem máscaras.
O dia também me deixou partilhar outras palavras mais leves, mais soltas a colegas que me conhecem há mais ou menos tempo. Mostrar como podemos escrever paz e tranquilidade em confinamento. Como podemos ver esperança e sorrisos à nossa volta de forma tão simples. Partilhar palavras de quem sou e como sou nos meus dias.
Depois, já depois de trabalho terminado, cruzar-me com os teus olhos na minha direção. Uma fonte de inspiração que me torna na pessoa que verdadeiramente sou. Há tanto de ti nas palavras que escrevo, mesmo que sejam as mais triviais. Mudaste-me o meu olhar na escrita. Tornaste-a a minha essência.
Foi mais um dos muitos dias de confinamento. Mais um fim de semana em casa que se aproxima.
Mas vou de alma serena, porque escrevi. E às vezes é no mais simples que está aquilo que mais nos é amor.
Imagem : Internet