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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Dia 40 de confinamento e a memória do mar

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Chegamos ao dia 40 de um confinamento que nos parece eterno. Dizem-me as memórias das redes sociais que em 2020 por esta altura estava serenamente a olhar o mar meu. A Covid ainda parecia uma realidade paralela, longe do nosso país. Não imaginávamos os dias que se estavam a preparar para se instalarem nas nossas rotinas. As máscaras pairavam lá longe no horizonte como se nunca fosse uma verdade palpável no nosso rosto.
Eram tempos soltos. De podermos estar sem medos ou restrições em conversas com o mar. Quando o sol nos aquecia o corpo e tornava a nossa face naquela cor rosácea. Quando tudo parecia simples. Ir à praia era um passeio tão casual.
Há um ano não me imaginava a escrever a palavra confinamento por tantos dias seguidos. Um diário com este tema parecia ser um filme de ficção científica. Afinal é a minha biografia de tempos de mudança. Da nova Era.
Aprendemos que tudo pode mudar num instante. O hoje pode não ser igual ao amanhã. Viver o aqui e agora é prioridade.
Este cenário da foto é, agora, para mim uma espécie de miragem. Um doce sonho. Não sei quando poderei voltar a sentar-me frente ao mar e falar com ele sem relógios ou máscaras.
Hoje, a memória de um mar e sol veio até mim. Não para chorar de saudades. Mas para me lembrar da tranquilidade que sentia na dança das ondas do mar. Para sentir essa paz onde quer que esteja.
Trazer esta paisagem para o meu quotidiano. Às vezes há sóis por aí que me são tanto amor como se me trouxessem no coração. Que nunca se esquecem de mim. Que são a temperança de emoções. Olhos que sorriem como se fossem mel e me aconchegam a alma. Pessoas assim tão bonitas como o mar e sol. Porque o amor está nos nossos olhos. E ao respirarmos amor recebemos gestos em amor. Por mais simples que sejam.