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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

O mundo ficou grande...

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De repente o mundo tornou-se demasiado grande. As distâncias físicas são tantas e demasiadas. Nunca fui muito de abraços, mas sinto falta de abraçar rostos. De ter olhos a aconchegarem-me a alma. Tão perto de mim. O ar que respiro agora não pode ser partilhado. Estamos separados neste mundo agora feito de paredes, de janelas e portas. A casa é o nosso mundo imediato e um jardim é fugir às correntes que nos prendem os sentidos. O mundo aumentou e as saudades duplicaram nas emoções. A solidão tornou-se demasiado nossa.
Todos temos fronteiras que são estas máscaras. Que escondem sorrisos. Aqueles sorrisos que tanto me sustentam a estrutura de quem sou. Sorrisos que me são vida e agora escondem-se no medo que se apodera de nós. Agarro-me às memórias que o peso do mundo não pode destruir. Ternas e doces lembranças.
O mundo tornou-se imensamente enorme aos meus olhos. Estes mesmos olhos que anseiam por ti nessas estradas que agora são trilhos de coragem. Como o que era aqui perto se tornou demasiado longe. Os meus lugares agora são viagens de risco. Há uma espera imensa de regressar às nossas horas mesmo que mudemos os ponteiros do relógio.
Talvez seja por não te ver que o mundo para mim se tornou grande. Aquela enormidade de um abismo que nos empurra. Falta-me a liberdade dos meus pés. O correr sem receios nem limites. Falta-me o tremer dos joelhos e os pontapés no estômago quando te via. Faltas-me. O mundo está demasiado grande que não sei por onde andam estas sensações de ti. Perderam-se sem a bússola da tua alma.
Resta-me arregaçar as mangas e ir neste mundo tão grande à procura dos sonhos, de quem sou. E mesmo de máscara nunca vou fechar os olhos para nessa viagem te voltar a ver.

Imagem : Internet

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