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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Olhar para ti

Olho para ti. Não sei quem és. De onde vens e para onde partes.  O teu ponto de partida e o teu destino. Não os conheço. Gostaria de conhecer o futuro nas tuas memórias. És um nome com apelido. Um rosto sem lugar. Se ainda vivessem em mim as ilusões, que outrora uma alma vadia as assassinou, a minha mente seria um teatro real de desejos e ambições. Construiria cenários e cenas, personagens e histórias dentro de mim. Viveria a realidade à espera que ela acontecesse. Até que esse dia volte, fecho simplesmente os olhos, ouço o respirar do silêncio e deixo que a paz faça do meu coração a sua casa.

Continuo a olhar para ti, a deambular na estrada que nos embala, a viajar numa outra dimensão. A pensar no desconhecido, a tentar descobrir a incerteza de existirmos. Continuo a não saber quem és. O doce sorriso. A timidez do olhar. Prendem-me na lua da noite que me adormece ao som da chuva que bate na janela para não me esquecer de me lembrar de ti no sonho que chega.

Não conheço o livro do destino, os capítulos que nele se escrevem a cada segundo sem que nos seja pedida permissão de decidir as próximas palavras do nosso caminho. Não sei quem és, não sei porque as linhas mestras do destino me fizeram tropeçar em ti. Um dia, quem sabe, descobrirei porque o nosso olhar um dia se cruzou e mudou os meus sonhos…

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