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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Ruas desertas

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Tirei esta foto numa destas manhãs quando o relógio ainda nem marcava 9h. Esta é uma das principais ruas onde moro. Uma das mais movimentadas. Sempre cheias de gente. Pessoas a entrar e sair dos cafés. O euro milhões que se põe na papelaria e se traz mais uma revista. A frutaria com caixas e caixas de legumes e frutas sempre frescos. O cabeleireiro para te sentires mais bonita. O talho sempre com enchente de pessoas. Carros mal estacionados que impediam outros carros de passar. Buzinas zangadas. Autocarros que passavam uns atrás dos outros. Filas nessas paragens. Os miúdos que corriam para a escola e outros que se baldavam às aulas.
A rua por onde à noite regressava do ginásio assim de suor feliz enquanto os cães faziam o seu passeio nocturno.
Assim era esta rua, ocupada de vida. Parecia tudo tão simples, tão garantido. Nunca o foi.
Agora, à minha frente há todo um deserto de alcatrão, sem sorrisos e olás.
Há uma estrada à espera de voltar a usar o meu passe social e passeios à espera dos meus ténis brancos primaveris.
Uma rua deserta que nos desperta para a nossa fragilidade humana.
Uma rua cheia de saudades de rotinas e abraços.
Uma rua adormecida enquanto cada um de nós, em casa, acorda para a verdadeira essência do que é viver.

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