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O sopro mágico das palavras

O sopro mágico das palavras

Tardes Malditas!

Que tardes malditas estas que não te deixam abeirar de mim, enquanto a minha alma esmorece numa fraqueza de quem vê o desconhecido do amanhã se tornar uma incógnita ainda maior. A incerteza constante.  A dúvida.

Que tardes malditas estas sem o teu rosto para sentir o meu coração morrer mais um pouco enquanto respira a vida que és. Como desfaleço a cada final de dia nestas estradas cruzadas que descruzam os nossos passos.  

Tardes negras, escuras e obscuras de dias sombrios que carregam a escuridão dentro de nós. Uma nuvem tingida de escuridão que não nos larga. A mim e a eles.

E agora, nestas tardes malditas, quando posso fraquejar sem que os outros vejam. Quando posso deixar que a tristeza da alma transpareça no olhar. Porque a força também se vai esgotando quando tens de partilhar essa força com eles neste sorriso cúmplice que não se pode desfazer. E nessas tardes malditas em que os joelhos tremem, não estás lá. Nos mesmos lugares. Nas mesmas horas. Apenas para inspirar a doçura do teu sorriso e seguir. Dormir. Sem chorar a dor porque estaria a recordar cada traço teu. Uma e outra vez. Como faço quando paro e olho para a tua foto. Para sentir que um dia há demasiado tempo atrás quando ainda não eramos o que somos hoje, escolhi amar-te e carregar a mágoa desta nossa perda dentro de mim. E querer ver-te é querer sentir que o meu coração ainda bate no meio destas tardes malditas. Que ainda está vivo.

Não escolhi a tristeza que hoje me assola. Um desapego forçado. Fulminante. Um medo que tenho de enfrentar e do qual tanto fugia. Mas a tua alma consigo enfrenta-la porque me conforta a dor. Mas não tens estado ali. Lá. Quando espero por ti.

Nestas tardes malditas que me despedaçam a vida, essa saudade que sinto de ti torna o bater do relógio na tortura de lágrimas que não se escondem da solidão da noite. Quando ninguém nos vê, a mim, à dor, à tristeza, às minhas lágrimas-tuas.

Porque nestas tardes malditas, o teu olá seria a minha esperança no amanhã.  

Imagem : Internet

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